por Marvyn Mesquita
A cada dia a tecnologia vem se tornando mais atrativa, sofisticada e usual. Esses avanços já são aplicados nas escolas do Rio de Janeiro com projetores, laboratórios de informática, entre outros. A pergunta que se apresenta é: de que maneira todo esse suporte tecnológico pode ajudar na formação do aluno?
Certamente, todos concordam que as aulas ficam bem mais interessantes quando encontramos recursos tecnológicos como slides em datashow e internet. Como todo bom nerd, acredito ainda que juntamente com esses, outros meios podem e devem ser utilizados. A substituição dos nossos velhos quadros negros por lousas digitais é um bom exemplo. Dessa maneira, seria mais agradável para o aluno ver gráficos em 3D, fotografias e filmes sem precisar se deslocar para as velhas salas de vídeo - quando elas existem.
Numa era onde as relações pessoais estão cada vez mais deslocadas para a Internet, o uso de redes sociais para divulgar dúvidas e criar uma interação maior entre alunos e professores, é uma ótima idéia. Principalmente para os desesperados que deixam para estudar toda a matéria um dia antes da prova. Uma página no facebook para debates, um perfil no twitter para publicar lembretes, tudo é válido.
Dessa forma, fica fácil observar que muitas seriam as vantagens de uma presença maior da tecnologia em nossas escolas. Infelizmente, porém, hoje tudo isso parece muito utópico. Quando pensamos em escolas deterioradas, com estrutura defasada e insuficiente para atender com conforto alunos e professores, pedir apetrechos tecnológicos em salas de aula soa quase como ofensa. Quem sabe um dia...
Aeeeeeeeeeeeeeeeeee!!! Minha Matéria!!!
ResponderExcluirPenso que já dá para utlizarmos a tecnologia em sala de aula. Só falta um mínimo de estrutura básica.
ResponderExcluirMuito legal, mas eu acho que o primeiro problema a ser resolvido diz respeito à qualidade dos profissionais da educação.
ResponderExcluirNo ensino público são pouquíssimos os professores que se interessam no aprendizado do aluno. Eu, como estudante, sinto-me desestimulado em demasia quando certos educadores chegam em sala, passam trabalhinhos meia-bomba e dão ponto de graça. Não dá nem vontade de fazer uma boa pesquisa, porque eu sei que a maioria não lê. O turno da noite é o que mais sofre com isso, e eu falo com propriedade.
Portanto, avanço tecnológico é muito bom, mas não adianta nada ter um belo datashow na classe em vez de gente capacitada e preocupada com meu desempenho.
Acho que uma coisa não tem relação com a outra, Jonas. No post da dvdeoteca você comenta que por culpa de alguns alunos todos são impedidos de "locar" dvds. Ora, por conta do comportamento de alguns professores todos os outros não devem ter acesso a melhores condições de trabalho? Ou você acredita que realmente todos os profissionais de educação são preguiçosos e descomprometidos com a sua profissão?
ResponderExcluirPara começar, uma observação: "alguns" professores nada, eu diria "a maioria".
ResponderExcluirEu não disse que os profissionais não devem ter acesso a melhores condições de trabalho, muito menos generalizei dizendo que "todos são preguiçosos e descomprometidos".
Professores despreocupados com a aprendizagem dos alunos é uma realidade sim, e eu só coloquei esse problema como prioritário. Eu trocaria todos os meus ar-refrigerados e datashows por um professor eficiente, que não reclama para explicar de novo, que não é grosseiro, etc.
Mas se o Estado conseguir fazer as duas melhorias (na mão-de-obra e na tecnologia), viva!
A tecnologia é importante, mas como ouvi MUITO no semestre passado da faculdade: O principal instrumento na sala de aula é o professor. Não adianta, por exemplo, que um datashow seja usado como outro quadro-negro. O educador tem que fazer com que a tecnologia seja um complemento, e não uma substituta. Assim, ela será uma grande e valiosa aliada.
ResponderExcluirAbraços,
Malú.
Antes de tudo, gostaria de parabenizar o DESCOLA pelo excelente trabalho ao promover um espaço aberto onde podemos discutir e debater questões tão pertinentes à vida dos alunos e docentes, e o que é muito importante, de forma livre e responsável.
ResponderExcluirPor um lado, sou solidário às questões levantadas pelo Jonas; por outro, como professor, compreendo parte do desestímulo e até desinteresse dos assim chamados “agentes da educação”, sobretudo em sala de aula. Existem muitas “razões” envolvidas, tanto numa parte quanto em outra. Difícil é resumi-las aqui, num breve comentário, uma questão tão complexa.
Por este motivo, vou apenas pontuar algumas questões.
Professores
Os alunos não têm culpa dos principais problemas vividos pelos professores, logo não devem ser destratados ou alvo de frustrações;
O professor deve compreender as necessidades específicas de cada aluno. Trabalhar com essa diversidade da melhor maneira possível ao aplicar os conteúdos e, portanto, não negligenciar sua função;
A busca constante por uma formação continuada e atualização profissional é de fundamental importância para um melhor desempenho em sala de aula.
Alunos
Infelizmente, não é tão comum encontrar alunos realmente interessados no que a escola tem a oferecer dentro das salas de aula;
Boa parte do trabalho dos professores é dificultado pela falta interesse e barulho excessivo dos alunos em sala. Logo, alunos interessados também são prejudicados pela maioria desinteressada.
Convergências
Grande parte dos alunos não compreende o “mecanismo da Greve” e culpam os professores. Dizem até que “se o professor já sabia quanto ia ganhar, porque está reclamando?”. Ora, acredito que quase a totalidade dos professores prestou concurso para serem professores, não para ganharem 600, 700 ou 800 reais. O salário é uma questão à parte; além de que devemos sempre, em qualquer área, buscar melhorias.
O que gerou toda esta discussão aqui é a relação entre suporte tecnológico e o melhor desempenho dos professores.
Agora pergunto: de que adianta ter ar-condicionado alugado com o custo mensal maior que o salário dos professores enquanto estes, por sua vez, têm que trabalhar em 5 escolas, em 3 turnos diários para pagar suas contas? Imaginem estes professores exaustos entrando em sala de aula. Será humanamente possível conservar o frescor e a paixão característica da arte de ensinar? Estes mesmos profissionais terão tempo de estudar e buscar uma formação continuada se um dia tem só 24 horas e uma semana sete dias?
Encerro afirmando que uma educação de qualidade e eficiente, para além de qualquer parafernália eletrônica (úteis mais não o fundamental), acontece quando professor e aluno vivenciam o processo ensino-aprendizagem como uma relação de mão dupla; quando o professor dispuser de tempo para preparar suas aulas e dedicar-se a um número adequado de alunos; quando os alunos entenderem que o nível mais alto educação é a humanização e civilidade.
Abraços!
Excelente comentário, Júlio. Acho que resume bem toda a questão.
ResponderExcluir"Parafernália eletrônica" .. Muito bom!
ResponderExcluirOu seja: não adianta nada grandes tecnologias se não há ensino que preste.
:D
Creio que uma coisa não exclui a outra. Os avanços tecnológicos ajudam na aprendizagem e isso não pode ser questionado. Certamente, o uso de datashow, lousas digitais e computadores nas salas acrescentariam muito ao ensino público. A questão aqui é de prioridades. Ora, num estado onde os professores recebem um salário indecente e, até mesmo por isso, não possuem condições de desempenhar um bom trabalho, todo esse apoio tecnologico fica em segundo plano.
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